11 junho 2012

FEAR FACTORY & DEVIN TOWNSEND PROJECT - Concertos em Portugal!



18 de Novembro - Hard Club - Sala 1 (Porto)
19 de Novembro - Paradise Garage (Lisboa)

Abertura de Portas - 19h30
Inicio do Espectáculo - 20H30

Há muitos músicos que se gabam de ser inovadores, mas poucos são os que geram consenso quando o dizem ou, sequer, que podem afirmá-lo em público sem correrem o risco de ser recriminados. Os FEAR FACTORY são uma honrosa excepção a essa regra, revolucionários num universo em que a repetição é recorrentemente confundida com talento. Criadores e pioneiros do cyber metal como sub-género da música extrema, foram uma das primeiras bandas a misturar o peso castigador do death metal com a dureza fria dos samples e da eletrónica industrial, dando origem a uma paleta sónica suficientemente variada para poderem expressar a sua visão sombria e pessimista da sociedade, totalmente dominada pela tecnologia, em que vivemos hoje. Uns longos seis anos depois de ter passado pela última vez por Portugal para um explosivo concerto na Incrível Almadense, o grupo vai estar finalmente de regresso a Portugal nos dias 18 e 19 de Novembro, para subir ao palco do Hard Club e do Paradise Garage. Com o novíssimo «The Industrialist» para mostrar e temas clássicos como «Martyr», «Replica» ou «Self Bias Resistor» no fundo de catálogo, Burton C. Bell, Dino Cazares e companhia estão mais que habilitados a mostrar porque é que, duas décadas depois do lançamento de «Soul Of A New Machine», continuam a ser vistos como uma das propostas mais inovadoras no mundo da música extrema.



Os FEAR FACTORY não chegam a Portugal sozinhos e, desta vez, trazem consigo uma das mentes mais brilhantes da geração de músicos que influenciaram. Das humildes origens como jovem headbanger na cidade de Vancouver, no Canadá, até atingir a sua atual posição como uma das figuras mais admiradas e influentes no universo do metal e do rock progressivo, Devin Townsend – como artista a solo, produtor de exceção ou timoneiro dos Strapping Young Lad – tem encarnado várias personagens e construído um percurso sem momentos mortos, dividindo-se entre uma imensidão de projetos que lhe têm permitido exorcizar os seus demónios interiores e transformá-los em música que é, ao mesmo tempo, intrigante e desafiadora. Do peso de «City» e «Physicist» ao ecletismo de «Ghost» e ao prog eufórico de «Synchestra» ou «Terria», ao longo das últimas duas décadas este homem da renascença do Séc. XXI tem trocado sucessivamente de pele como se de um camaleão se tratasse, surpreendendo e adaptando-se aos tempos com a batida do seu coração a impor o ritmo. «Epicloud», o novo registo sob a designação DEVIN TOWNSEND PROJECT, tem edição agendada para o mês de Setembro e é a mais recente entrada num catálogo fascinante.

A união entre estes dois nomes não poderia fazer mais sentido – os FEAR FACTORY tiveram um papel crucial quando o músico canadiano decidiu criar os Strapping Young Lad. E Townsend não é caso raro quando se trata de citar a banda californiana como influência. A sua abordagem inovadora à fusão de géneros aparentemente díspares como o death metal e o industrial fez com que, desde a edição do seu disco de estreia em 1992, tenham tido um impacto muito significativo no universo da música extrema. Rob Flynn, dos Machine Head, e Mark Hunter, dos Chimaira, são outros dois músicos que admitem a influência do grupo. Peter Tägtgren, dos Hypocrisy, já confessou que foram a sua principal fonte de inspiração no momento de criar os Pain e Bill Ward, elemento fundador dos venerados Black Sabbath, diz que são um dos grupos com que mais gostaria de tocar. De resto, nomes recentes como Mnemic, Scarve, Sybreed ou Threat Signal devem-lhes total reverência e, se Burton C. Bell e Dino Cazares não tivessem um dia decidido fazer música juntos, provavelmente não existiriam. Feitas as contas, não são muitos os músicos que podem dizer que tiveram um impacto assim tão forte numa tendência.

BIOGRAFIA FEAR FACTORY

Criados na cidade de Los Angeles em 1990, os Fear Factory entraram de rompante no espectro da música extrema com o lançamento do álbum de estreia, «Soul Of A New Machine», em 1992. Fundindo uma base declaradamente death metal com influências industriais, a formação original do projeto – o vocalista Burton C. Bell, o guitarrista Dino Cazares, o baterista Raymond Herrera e o baixista Andrew Shives – deu origem a uma sonoridade que nunca tinha sido explorada de forma tão intensa. Mesmo na sua versão mais embrionária, a música do quarteto já apresentava predicados mais que suficientes – os riffs marcados de Cazares, o dualismo vocal de Bell e a abordagem quase mecanizada de Herrera à percussão – para se destacar da competição e acabou mesmo por estabelecer uma nova tendência, com parâmetros nunca antes testados, no espectro da música pesada.

Pouco tempo depois, a banda surpreende de novo com a edição de «Fear Is The Mindkiller», um EP composto por remisturas de temas de «Soul Of A New Machine» assinadas por Rhys Fulber e Bill Leeb (dos Front Line Assembly). O arrojo da experiência foi recebido com aplausos e, com «Demanufacture», de 1995, os Fear Factory materializaram de uma vez por todas o seu imenso génio criativo. A primeira gravação com Christian Olde Wolbers como baixista mostrou o quarteto a refinar a sua sonoridade muito própria e fez com que se transformassem num caso muito sério de popularidade à escala mundial. «Remanufacture», o disco de remisturas de «Demanufacture», chegou aos escaparates em 1997 e permitiu-lhes ganhar algum tempo até à edição do terceiro álbum, no ano seguinte. «Obsolete» mostrou os músicos a darem mais um passo decisivo na sua evolução, expandindo o híbrido de metal e industrial a territórios onde nunca tinham ido. Apostando em arranjos mais elaborados, o coletivo assinou o disco mais imponente da sua carreira e – apoiado numa atmosfera cinematográfica que os viu serem convidados para participar nas bandas-sonoras de filmes como “Saw”, “Mortal Kombat” e “Resident Evil” – entrou, pela primeira vez, na tabela de álbuns mais vendidos nos Estados Unidos. Aproveitando a explosão do nu-metal, lançam o disco seguinte em 2001 e, para surpresa geral, «Digimortal» consegue elevar ainda mais o seu estatuto em termos de exposição.

No entanto, nem tudo estava bem no seio do projeto e, em 2002, a tensão entre Bell e Cazares acaba por dar origem à saída do vocalista. Nesse ano são editados dois discos, a demo que lhes valeu o contrato com a Roadrunner («Concrete») e uma compilação de remisturas e raridades, intitulada «Hatefiles». Quando toda a gente pensava que os Fear Factory estavam mortos e enterrados, dá-se o impensável – Bell regressa ao grupo, Dino abandona e Wolbers passa do baixo para a guitarra, assumindo rapidamente a composição de novo material. É já com Byron Stroud (dos Strapping Young Lad) no lugar de baixista que começam a trabalhar em «Archetype», que é editado em 2004 e louvado como um regresso à forma.

Aproveitando o embalo, o quarteto volta a fechar-se em estúdio no ano seguinte, regista «Transgression» e embarca na digressão Fifteen Years Of Fear em comemoração dos primeiros 15 anos de carreira. Com a dupla Wolbers/Herrera a trabalhar no disco de estreia dos seus Arkaea – um projeto em conjunto com elementos dos canadianos Threat Signal – Bell e Cazares protagonizam uma jogada totalmente inesperada quando, em Abril de 2009, anunciam estar a escrever novamente música juntos. A ideia seria reunir a formação clássica da banda, mas Wolbers e Herrera recusaram-se a trabalhar com Dino e, após uma controversa batalha legal, os “novos” Fear Factory – com Byron Stroud no baixo e Gene Hoglan na bateria – apresentam-se ao mundo em 2010, com a edição de «Mechanize». Dois anos depois, estão de volta com uma nova sessão rítmica – Matt DeVries no baixo e Mike Heller na bateria – e «The Industrialist», o oitavo álbum de um projeto que se recusa a morrer.

BIOGRAFIA DEVIN TOWNSEND PROJECT

Devin Garret Townsend – também conhecido carinhosamente como “HevyDevy” – nasceu a 5 de Maio de 1972 em Westminister B.C., no Canadá. Durante a infância via e ouvia o avô a tocar piano e, ainda hoje, cita o pai do seu pai como uma das principais influências para o arranque da sua carreira. Aos 5 anos começou a tocar banjo e, aos 12, apaixonou-se pela guitarra e começou a tocar em bandas com colegas de liceu.

O músico chamou a atenção do público pela primeira vez em 1993, quando – com apenas 19 anos – foi escolhido por Steve Vai como vocalista para o álbum «Sex and Religion» e consequente digressão mundial. Terminada a tour, dá as primeiras mostras públicas do seu ecletismo e junta-se aos ingleses The Wildhearts como guitarrista. Volta a partir imediatamente para a estrada e, pelo meio, ainda arranja tempo para trabalhar com os Front Line Assembly nos discos «Millenium» e «Hard Wired».

Em 1995, dá-se um ponto de viragem na carreira do multi-instrumentista, com a criação dos Strapping Young Lad. Inicialmente um projeto a solo – foi Devin que gravou as vozes e quase todos os instrumentos da estreia «Heavy as a Really Heavy Thing» – criado como reação ao seu profundo desapontamento com o estado da indústria musical, acabaria por transformar-se numa banda a sério para a gravação do segundo álbum, «City» (de 1997). O primeiro disco assumidamente a solo – apesar de ter sido lançado originalmente sob a designação Ocean Machine – é editado dois anos depois. «Ocean Machine: Biomech» mostrou não só a sua apetência por sonoridades menos extremas, mas também um incrível e versátil registo vocal.

Estava lançado o mote para um método de trabalho muito desafiador e excitante. Um verdadeiro artista atormentado, grava «Infinity» em 1998, depois de ter sido internado num hospital psiquiátrico e diagnosticado como doente bipolar. Incansável, nem os problemas pessoais o fizeram parar e, paralelamente aos Strapping Young Lad, foi lançando registos a solo de forma regular – «Physicist» em 2000, «Terria» em 2001, «Accelerated Evolution» em 2003, «Devlab» em 2004, «Sychestra» em 2006, «The Hummer» em 2006 e, já depois de ter colocado um derradeiro ponto final na carreira dos Strapping Young Lad e da Devin Townsend Band, «Ziltoid The Omniscient» em 2007.

Devin sempre manteve uma relação avessa com a indústria musical e, até certo ponto, com o projeto que o tornou famoso em primeiro lugar. No entanto, também não se pode dizer que os Strapping Young Lad tenham tido uma carreira propriamente irregular, com o grupo a ser ressuscitado em 2003, após um hiato de seis anos para a gravação de um disco homónimo e lançando ainda «Alien» (em 2005) e «The New Black» (em 2006) antes de se desintegrar. Ao contrário do que tinha sido habitual até então, 2007 foi um ano sem música nova para os fãs de Devin. O músico teve o primeiro filho, mudou de casa e, aparentemente, precisou de algum tempo para planear o seu próximo passo.

Tendo em conta o ritmo criativo a que habitou a sua vasta legião de fãs, a paragem prolongada deu origem a muitas ideias novas – um novo projeto apropriadamente intitulado The Devin Townsend Project e quatro álbuns, com conceitos e sons bem distintos, de que se ouviu falar pela primeira vez em 2008. «Ki», o primeiro capítulo deste ambicioso conceito, chegou aos escaparates em Maio de 2009, seguindo-se-lhe «Addicted» em Novembro de 2009 e «Deconstruction» e «Ghost», já em Junho de 2011. Ao longo das duas últimas décadas, Devin Townsend gravou onze álbuns de estúdio a solo, cinco com os Strapping Young Lad e, como produtor, assinou colaborações com bandas como Soilwork, Lamb of God, Darkest Hour, Misery Signals e Zimmer's Hole, entre muitas outras.

Preço dos bilhetes: 23,00 Euros

Bilhetes à venda nos locais habituais. Reservas: Ticketline (1820-www.ticketline.sapo.pt).

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