19 março 2009

Editoras, grandes superficies e Internet


Como é de conhecimento geral as editoras ganham o seu dinheiro através da venda dos albúns das bandas, sendo que estas vão buscar a maior parte das suas receitas nas tourneés. Ora este simples facto desencadeia uma quantidade de situações que alteram os nossos bolsos. Ora isto porquê? A começar por: quanto custa na realidade um cd? Ora capa, cd gravado e livrinho da banda com as letras e assim, sai a uma média de 3€. E a quanto chega ao mercado?? A lançar no minímo uns 12€ a 15€. A margem de lucro do revendedor é muito baixa. O revendedor vai ao armazém e compra o cd por imaginemos uns 11€, ora em loja terá de ter algum lucro mais o iva! Onde quero chegar com isto? As editoras enchem os bolsos, os armazéns também, e quem acaba por ter poder de compra são as grandes superficies, deixando as lojas individuais (discotecas) com um pé na falência. Lembram-se quando a Fnac veio para Portugal? Colocou preços de tal forma concorrentes que fechou várias lojas como a Roma Mega Store e outras. Ficando com o monopólio. Depois desta fase os preços deles aumentaram. Felizmente quando a Media Markt se instalou em Portugal e trouxe cd's a preços muito competitivos a Fnac perdeu o monopólio e até já se encontra por lá cd's a preços bastante acessiveis! Como os colecciono começei a aumentar o volume das minhas compras, uma vez que já não dou mais do que 10€ por um cd e agora arranja-se bastante quantidade a bom preço. Infelizmente não tenho poder de compra para ir a lojas de comerciantes portugueses, e lamento que o estado nada faça pelo pequeno comércio (não há incentivos para o português, apenas para os estrangeiros que abrem lojas em tudo que é sitio, mas isso é outro assunto. Enfim...). Para mim música é cultura e penso que deveria ser considerado assim como livros um bem de interesse público e ter um Iva mais baixo. Talvez se os preços forem acessíveis, exista mais compra e menos pirataria. É excelente poder encontrar toda a música que queremos disponivel na internet, mas para mim não há nada como material palpável, um cd, um vinil. São coisas intemporais e por mais tecnologia que exista haverá sempre a nostalgia de ouvir alguém passar um vinil num bar ou mesmo em casa.

Se não estou em erro os Radiohead foram a primeira banda a disponibilizar o seu albúm gratuitamente na Internet, o que é óptimo e dá-lhes um estatuto de poder perante a editora e a possibilidade de o mundo inteiro ouvir a música deles (grande golpe de mercado eheh). Em compensação foi colocado à venda uma edição especial para coleccionadores (não vi o preço, mas aposto que devia ser exagerado), ou seja, quem for coleccionador do material desta banda poderá ouvir logo o albúm e se puder compra a edição. Isto servirá de aviso às editoras e intermediários para terem cuidado com preços que apresentam? Hoje em dia tudo se consegue no mundo virtual, por isso é bom que hajam incentivos para não se vir a extinguir o hábito de comprar um cd, desembrulha-lo, por o cd a rolar enquanto se desfolha o livrinho com as fotos as letras e outras informações :)

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