03 março 2010

MOUTH OF THE ARCHITECT














Musicbox

21 de Abril

Abertura de Portas - 21h30
Inicio do Espectáculo - 22H00


É impossível falar de pós-metal sem mencionar os Neurosis ou Isis, mas começa a tornar-se também cada vez mais complicado não puxar os MOUTH OF THE ARCHITECT para a conversa. Isto porque, por muito que o pós-metal se esteja a transformar rapidamente numa colecção de sucessivos clichés, há valores da nova geração que conseguem pegar nas suas referências, digeri-las e transformá-las em temas a que ninguém consegue manter-se indiferente.

No caso do colectivo norte-americano, as coisas são feitas de forma subtil e complexa, desvendando a cada audição novas camadas de som. A densidade é profunda, o impacto não lhe fica atrás. Descargas violentas de distorção suja são pontuadas por um assalto de vocalizações viscerais, que se cruzam com texturas sonoras envolventes e crescendos melódicos de ouvir e chorar por mais. O dinamismo está instalado e – aliado a uma capacidade impressionante para criar riffs bem pesadões e enormes, daqueles que ameaçam frequentemente redefinir o conceito de power chord – resulta numa simbiose perfeita entre luz e escuridão.

«Time And Withering» e «The Ties That Bind» já tinham dado provas do poderio sonoro do colectivo oriundo de Dayton, no Ohio. No entanto, foi com «Quietly», o último registo de longa-duração, que os MOUTH OF THE ARCHITECT atingiram finalmente a maioridade. Mais que isso, com o álbum de 2008, o grupo conseguiu transformar a sua sonoridade numa ciência, perfeita até ao mais ínfimo pormenor. Os épicos de mais de dez minutos dos primeiros dois álbuns alternavam essencialmente entre momentos mais contundentes e outros mais introspectivos e negros, o resultado era satisfatório e... sentia-se a falta de mais qualquer coisa que os destacasse de tantas outras bandas do mesmo género.

Essa “coisa” deu-se a conhecer ao terceiro álbum, uma peça que flui como um todo e que vai crescendo há medida que os temas se vão desenvolvendo. A obra está em curso, dando seguros passos em frente até ao êxtase da conclusão. Em vez de se apoiarem apenas nos contrastes, os músicos usam-nos agora para suportarem as suas composições e fazem com que os dois elementos distintos que compõem a sua personalidade se completem entre si. No próximo dia 21 de Abril, no espaço intimista que é o Music Box, os MOUTH OF THE ARCHITECT prometem dar vida às fantasias de todos aqueles que, com os discos por companhia, viajam ao som da sua música.

BIOGRAFIA

Formação:
Jason Watkins - Teclados e Voz
Steve Brooks - Guitarra
Kevin Schindel - Baixo
Dave Mann - Bateria

Expoentes máximos de toda uma nova geração apostada em seguir as sábias pisadas de grupos como Neurosis, Godspeed You! Black Emperor e Isis, os MOUTH OF THE ARCHITECT deram os primeiros passos em 2003 – na cidade de Dayton, estado do Ohio. Jason Watkins (voz, teclados e samples), Gregory Lahm (guitarra, voz), Dave Mann (bateria), Alex Vernon (guitarra, voz) e Derik Sommer (baixo) começaram a explorar o lado mais progressivo/ambiental da música pesada de orientação pós-apocalíptica e, pouco mais de um ano depois, editavam a sua colossal estreia discográfica. «Time And Withering» foi recebido de forma unânime, tanto pela imprensa especializada como pelos apreciadores do género, e colocou a banda na estrada com mais regularidade.

A cimentar o estatuto conquistado com o primeiro disco e dois anos de concertos tão viscerais quanto hipnotizantes, é disponibilizado mais material inédito num lançamento partilhado com os Kenoma em 2006 e, sem que nada o fizesse prever, Vernon decide abandonar o projecto.

Reduzido a quarteto, o grupo grava o segundo álbum com apenas um guitarrista e, com a ajuda de amigos como Brent Hinds (dos Mastodon) e Brian Cook (dos Botch, These Arms Are Snakes e Russian Circles), assina mais um registo de proporções enormes. «The Ties That Bind» coloca-os de novo na estrada e o colectivo percorre o continente norte-americano de uma ponta à outra ao lado de bandas como These Arms Are Snakes, 400 Blows e, já no início do Verão de 2007, Unsane.

Chega então a vez de Gregory Lahm abandonar o projecto, que anuncia a separação e, por breves instantes, convence toda a gente de que «The Ties That Blind» teria colocado um ponto final prematuro numa carreira que ainda tinha muito para dar. Numa manobra totalmente inesperada, a banda volta à carga poucos meses depois, recruta o ex-guitarrista Alex Vernon e inicia o processo de composição do que viria a ser a sua obra-mestra até à data, «Quietly» (de 2008).

Esta colaboração não duraria, no entanto, muito tempo e os MOUTH OF THE ARCHITECT decidem assumir-se de uma vez por todas não como uma banda, mas como um verdadeiro colectivo. Actualmente são Jason Watkins, Kevin Schindel, Dave Mann, Steve Brooks e, às vezes, Joe Lester (dos Intronaut). Quando se estrearem em solo nacional, já trazem na bagagem o EP «The Violence Beneath» e esta será uma oportunidade única para perceber qual vai ser o próximo passo destas mentes brilhantes.


Mouth of The Architect

Musicbox - 21 de Abril

Preço dos bilhetes: 12,00 Euros

Abertura de Portas - 21h30
Início do Espectáculo - 22h00
Bilhetes à venda nos locais habituais. Reservas: Ticketline (707 234 234 - www.ticketline.pt). Em Espanha: Break Point.

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