10 junho 2012

Anathema - Tour Europeia (Datas em Portugal)



19 de Outubro - Hard Club - Sala 1 (Porto)
20 de Outubro - Paradise Garage (Lisboa)

Abertura de Portas - 20h00
Inicio do Espectáculo - 21H00

Há certas bandas que criam música que nos pode afectar emocionalmente de formas que nunca sequer poderíamos ter imaginado nos nossos sonhos mais loucos. E, depois, há os Anathema. Uma inocente brincadeira de amigos, que se transformou num grupo com um talento imenso para escrever canções, óptimas canções, que nos tocam no coração. Cá dentro, bem lá no fundo. Temas carregados de uma emoção palpável a cada nota ou linha vocal, que agarram o ouvinte de uma forma intensa – a que ninguém, nem o mais gélido dos corações metaleiros, consegue ficar indiferente. Dos primeiros registos mais doom às paisagens encantadores dos discos mais recentes, passando pela doce solidão que dominou grande parte dos álbuns que gravaram nos anos que rodearam a viragem de milénio, a banda britânica tem encarado sem qualquer receio ou pudor a missão a que se propôs desde muito cedo na sua carreira – transcender os limites da música como forma de arte.



Ao nono longa-duração e mais de duas décadas depois de se terem juntado, os Anathema mostram que o seu génio não pára de crescer e que a criatividade continua a fluir como se ainda tivessem algo a provar a alguém. O recentemente editado «Weather Systems» pega nas belíssimas paisagens sonoras que dominaram o anterior «We're Here Because We're Here» e aproxima-as ainda um pouco mais da perfeição, com o projecto liderado pelos irmãos Cavanagh a dar um passo derradeiro no estremar dos laços emocionais que se podem estabelecer entre quem cria e ouve música. E é precisamente esse o disco que serve de mote ao regresso do quinteto a Portugal, para uma data-dupla com passagem pelo Hard Club no Porto e pelo Paradise Garage em Lisboa, nos dias 19 e 20 de Outubro, respectivamente. Dois concertos a não perder, que – tendo em conta a relação muito próxima que os músicos foram desenvolvendo com o público nacional ao longo dos anos e a reacção entusiasta com que foram brindados na última edição do Vagos Open Air – prometem dar origem a mais duas noites memoráveis, daquelas para recordar por longos anos e, quiçá, partilhar com os filhos ou netos um dia mais tarde.

Ao lado dos Paradise Lost e My Dying Bride, os Anathema completaram a tríade do doom britânico no início dos anos 90, ajudaram a estabelecer os parâmetros para a fusão death/doom e cimentaram-na, por direito próprio, como um subgénero da música extrema. Abraçando o imaginário gótico e cinzentão tipicamente britânico, entre lápides cobertas de musgo, os músicos de Liverpool assinaram, no espaço de quatro anos, algumas das pedras basilares do estilo. «Crestfallen», «Serenades», «Pentecost III» e «The Silent Enigma» estabeleceram a sonoridade, influenciaram toda uma geração e viram o nome da banda inscrito no panteão da música lenta e pesada. Desde «Eternity», em 1995, talvez inspirados pela imensidão de grupos que tentavam recriar o que tinham feito nos primeiros discos, optaram por uma abordagem mais melódica e atmosférica, que deu origem a outros tantos títulos um pouco diferentes mas igualmente incontornáveis – «Alternative 4», «Judgement», «A Fine Day To Exit», «A Natural Disaster» e «We're Here Because We're Here».

BIOGRAFIA:

Quando se juntaram, em 1989, os Anathema eram apenas um grupo de amigos com gosto comum pela agressividade do death metal, a lentidão paquidérmica do doom e os ambientes góticos, chuvosos e trágicos – tipicamente britânicos. Os irmãos Daniel e Vincent Cavanagh lideraram desde cedo a banda que, em 1992, se estreou com o EP «Crestfallen» e o álbum «Serenades». Transformaram-se, quase de imediato, numa das sensações do fértil movimento underground europeu da primeira metade dos anos 90. Com o EP «Pentecost III», lançando em 1995, atingem o pico da sua fase como banda mais explicitamente agressiva e épica, invocando o espírito dos Black Sabbath de uma forma inquestionável e assinando o pináculo criativo com a épica «We, The Gods».

A plataforma para um processo constante de reinvenção começou com a saída do vocalista Darren White. Vincent passou a acumular as funções de guitarrista e vocalista, apoiado no irmão mais velho Daniel, guitarrista e a principal âncora da banda. Depois de muitos reajustes a formação fica agora completa com o Cavanagh mais novo, Jamie, no baixo, Les Smith nas teclas, John Douglas na bateria e, a última adição ao grupo, a sua irmã Lee, nas vozes de apoio. As mudanças foram muitas, mas os estrategas do grupo souberam como manter a estabilidade essencial para não darem passos em falso ou, o que não seria impensável para uma banda que está constantemente à procura de novas soluções, muito ao lado. Até porque nunca os deram; o seu desenvolvimento tem sido bem sustentado e o crescimento, que já começa a merecer o estatuto de culto entre quem percebe que o peso não tem necessariamente de estar apoiado no volume ou na distorção das guitarras, deu-se com passos seguros.

No período entre 1995 e 1998 lançaram três discos que marcaram para sempre uma geração. «The Silent Enigma», «Eternity» e «Alternative 4», todos com selo Peaceville, mostraram-nos cada vez mais entregues ao seu lado melódico e introspetivo, ao jeito da banda-sonora perfeita para uma qualquer noite de Outono. A banda atingia um nível de exposição que nunca tinha tido até ali, assinando rapidamente com a (agora extinta) Music For Nations. «Judgement» (de 1999) é um “clássico” para uma imensa minoria, sendo que «A Fine Day To Exit» (de 2001) e «A Natural Disaster» (de 2003), amplamente elogiado por revistas como a Metal Hammer, não gozam de um estatuto muito diferente. Mesmo assim, a cada novo lançamento o grupo ia alargando cada vez mais as fronteiras da sua música e, com um som cada vez mais antémico e emotivo, a Natural Disaster Tour viu-os tocar em mais de trinta países e, numa digressão britânica de apoio aos finlandeses HIM, frente a mais de 30.000 pessoas numa só semana.

Com a falência da Music For Nations, a primeira das vítimas mais ilustres do declínio da indústria musical, os Anathema ficaram sem editora e isso veio abanar um pouco a sua estrutura. Felizmente mantiveram a visão intacta e, apesar dos contratempos, nunca pararam de compor ou tocar ao vivo – as passagens por cá, a solo ou como banda, foram diversas e ainda se mantêm bem vivas na memória de quem compareceu. Sete anos de silêncio discográfico depois, interrompido apenas pela edição do semi-acústico «Hindsight» em 2008, voltam finalmente aos discos de originais em 2010 – com o elogiado «We’re Here Because We’re Here e – aproveitando o embalo e o facto de estarem a atravessar uma das fases mais produtivas da sua carreira, acabam de editar o novíssimo «Weather Systems».

Preço dos bilhetes: 25,00 Euros

Bilhetes à venda nos locais habituais. 
Reservas: Ticketline (1820 -www.ticketline.sapo.pt).

Sem comentários:

Enviar um comentário