19 de Outubro - Hard Club - Sala 1 (Porto)
20 de Outubro - Paradise Garage (Lisboa)
Abertura de Portas - 20h00
Inicio do Espectáculo - 21H00
Ao nono longa-duração e mais de duas décadas depois de se terem juntado, os Anathema mostram que o seu génio não pára de crescer e que a criatividade continua a fluir como se ainda tivessem algo a provar a alguém. O recentemente editado «Weather Systems» pega nas belíssimas paisagens sonoras que dominaram o anterior «We're Here Because We're Here» e aproxima-as ainda um pouco mais da perfeição, com o projecto liderado pelos irmãos Cavanagh a dar um passo derradeiro no estremar dos laços emocionais que se podem estabelecer entre quem cria e ouve música. E é precisamente esse o disco que serve de mote ao regresso do quinteto a Portugal, para uma data-dupla com passagem pelo Hard Club no Porto e pelo Paradise Garage em Lisboa, nos dias 19 e 20 de Outubro, respectivamente. Dois concertos a não perder, que – tendo em conta a relação muito próxima que os músicos foram desenvolvendo com o público nacional ao longo dos anos e a reacção entusiasta com que foram brindados na última edição do Vagos Open Air – prometem dar origem a mais duas noites memoráveis, daquelas para recordar por longos anos e, quiçá, partilhar com os filhos ou netos um dia mais tarde.
Ao lado dos Paradise Lost e My Dying Bride, os Anathema completaram a tríade do doom britânico no início dos anos 90, ajudaram a estabelecer os parâmetros para a fusão death/doom e cimentaram-na, por direito próprio, como um subgénero da música extrema. Abraçando o imaginário gótico e cinzentão tipicamente britânico, entre lápides cobertas de musgo, os músicos de Liverpool assinaram, no espaço de quatro anos, algumas das pedras basilares do estilo. «Crestfallen», «Serenades», «Pentecost III» e «The Silent Enigma» estabeleceram a sonoridade, influenciaram toda uma geração e viram o nome da banda inscrito no panteão da música lenta e pesada. Desde «Eternity», em 1995, talvez inspirados pela imensidão de grupos que tentavam recriar o que tinham feito nos primeiros discos, optaram por uma abordagem mais melódica e atmosférica, que deu origem a outros tantos títulos um pouco diferentes mas igualmente incontornáveis – «Alternative 4», «Judgement», «A Fine Day To Exit», «A Natural Disaster» e «We're Here Because We're Here».
BIOGRAFIA:
Quando se juntaram, em 1989, os Anathema eram apenas um grupo de amigos com gosto comum pela agressividade do death metal, a lentidão paquidérmica do doom e os ambientes góticos, chuvosos e trágicos – tipicamente britânicos. Os irmãos Daniel e Vincent Cavanagh lideraram desde cedo a banda que, em 1992, se estreou com o EP «Crestfallen» e o álbum «Serenades». Transformaram-se, quase de imediato, numa das sensações do fértil movimento underground europeu da primeira metade dos anos 90. Com o EP «Pentecost III», lançando em 1995, atingem o pico da sua fase como banda mais explicitamente agressiva e épica, invocando o espírito dos Black Sabbath de uma forma inquestionável e assinando o pináculo criativo com a épica «We, The Gods».
A plataforma para um processo constante de reinvenção começou com a saída do vocalista Darren White. Vincent passou a acumular as funções de guitarrista e vocalista, apoiado no irmão mais velho Daniel, guitarrista e a principal âncora da banda. Depois de muitos reajustes a formação fica agora completa com o Cavanagh mais novo, Jamie, no baixo, Les Smith nas teclas, John Douglas na bateria e, a última adição ao grupo, a sua irmã Lee, nas vozes de apoio. As mudanças foram muitas, mas os estrategas do grupo souberam como manter a estabilidade essencial para não darem passos em falso ou, o que não seria impensável para uma banda que está constantemente à procura de novas soluções, muito ao lado. Até porque nunca os deram; o seu desenvolvimento tem sido bem sustentado e o crescimento, que já começa a merecer o estatuto de culto entre quem percebe que o peso não tem necessariamente de estar apoiado no volume ou na distorção das guitarras, deu-se com passos seguros.
No período entre 1995 e 1998 lançaram três discos que marcaram para sempre uma geração. «The Silent Enigma», «Eternity» e «Alternative 4», todos com selo Peaceville, mostraram-nos cada vez mais entregues ao seu lado melódico e introspetivo, ao jeito da banda-sonora perfeita para uma qualquer noite de Outono. A banda atingia um nível de exposição que nunca tinha tido até ali, assinando rapidamente com a (agora extinta) Music For Nations. «Judgement» (de 1999) é um “clássico” para uma imensa minoria, sendo que «A Fine Day To Exit» (de 2001) e «A Natural Disaster» (de 2003), amplamente elogiado por revistas como a Metal Hammer, não gozam de um estatuto muito diferente. Mesmo assim, a cada novo lançamento o grupo ia alargando cada vez mais as fronteiras da sua música e, com um som cada vez mais antémico e emotivo, a Natural Disaster Tour viu-os tocar em mais de trinta países e, numa digressão britânica de apoio aos finlandeses HIM, frente a mais de 30.000 pessoas numa só semana.
Com a falência da Music For Nations, a primeira das vítimas mais ilustres do declínio da indústria musical, os Anathema ficaram sem editora e isso veio abanar um pouco a sua estrutura. Felizmente mantiveram a visão intacta e, apesar dos contratempos, nunca pararam de compor ou tocar ao vivo – as passagens por cá, a solo ou como banda, foram diversas e ainda se mantêm bem vivas na memória de quem compareceu. Sete anos de silêncio discográfico depois, interrompido apenas pela edição do semi-acústico «Hindsight» em 2008, voltam finalmente aos discos de originais em 2010 – com o elogiado «We’re Here Because We’re Here e – aproveitando o embalo e o facto de estarem a atravessar uma das fases mais produtivas da sua carreira, acabam de editar o novíssimo «Weather Systems».
Preço dos bilhetes: 25,00 Euros
Bilhetes à venda nos locais habituais.
Reservas: Ticketline (1820 -www.ticketline.sapo.pt).
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